Pessoas com deficiência e idosos se beneficiam das criações de marcas de moda inclusiva; conheça algumas delas
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_b3e5e127de3f4cc19d610cde966c6f0b~mv2.png/v1/fill/w_49,h_33,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_b3e5e127de3f4cc19d610cde966c6f0b~mv2.png)
“A luta pela inclusão começa quando se entende que o capacitismo é um problema, e não a deficiência”. A fala do ativista na luta anticapacitista Deives Picáz evidencia o que deveria ser óbvio: características físicas não podem ser empecilhos para que alguém tenha livre acesso à moda.
A dificuldade para se vestir do jeito que deseja é frequente entre pessoas com deficiência: é pequena a variedade de marcas que contam com vitrines ou peças adaptadas. Por solidariedade ou necessidade, há quem levante essa bandeira, produzindo e comercializando roupas para diferentes idades e necessidades. Vem conhecer brasileiros que batalham pela inclusão!
O mercado inclusivo floresce na moda, mas pode crescer ainda mais
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_a5649168460a4551bec9a7980ab3b409~mv2.png/v1/fill/w_60,h_40,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_a5649168460a4551bec9a7980ab3b409~mv2.png)
O mercado inclusivo floresce na moda, mas pode crescer ainda mais
O ano era 2015. Movida pelo resgate de três pilares — resgatar a autoestima feminina, estimular o mercado nacional de moda inclusiva e promover uma nova concepção do corpo com deficiência na mídia —, a jornalista Heloisa Rocha criou o projeto Moda em Rodas. A sergipana nasceu com osteogênese imperfeita, quadro caracterizado pela fragilidade óssea.
Em seu blog, podcast e redes sociais, Heloisa reúne milhares de interessados pela moda inclusiva. “Quando falamos em uma peça projetada para um corpo com deficiência, estamos tratando de uma roupa que irá promover a autonomia e o ganho de tempo deste indivíduo”, explica a jornalista.
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_28283b3db6054f0cbd7fc7e948084c8f~mv2.png/v1/fill/w_60,h_75,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_28283b3db6054f0cbd7fc7e948084c8f~mv2.png)
Heloisa reflete sobre a moda e a beleza inclusiva
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_a77bade8f07e45afa0cc124c94ebf64b~mv2.png/v1/fill/w_60,h_69,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_a77bade8f07e45afa0cc124c94ebf64b~mv2.png)
O projeto Moda em Rodas tem quase 10 mil seguidores no Instagram
Uma inspiração maternal
Isabela de Souza é a maior inspiração para a Ki Amor. Hoje com 4 anos, a pequena passou por uma gastrostomia para a fixação de uma sonda alimentar, e logo sua família encontrou impasses nas tarefas do dia a dia. Sua mãe, Josimary, desenvolvia, à época, uma marca de pijamas infantis, e percebeu as dificuldades para se alimentar e se vestir. Foi quando resolveu tornar a Ki Amor uma marca com foco na inclusão de crianças como Isabela.
A marca vende dois modelos de bodies, com botões entre as pernas para auxiliar a troca de fraldas, nos ombros para facilitar o vestir e abertura para crianças que fazem uso de gastrostomia. “É muito gratificante ver a reação das pessoas com nossas criações, percebemos que nada é em vão. Cada relato nos faz querer ir mais longe, alcançar mais famílias”, compartilha Josy.
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_b34eddc4034d4295978ad2c812cfe739~mv2.png/v1/fill/w_60,h_60,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_b34eddc4034d4295978ad2c812cfe739~mv2.png)
Pais e filhos são beneficiados pelas peças
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_94d87369bee04348be131d5e8cd3fe99~mv2.png/v1/fill/w_60,h_60,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_94d87369bee04348be131d5e8cd3fe99~mv2.png)
Roupas infantis são feitas pensando na facilidade
Moda inclusiva para a terceira idade
Tocada por um caso na sua família, a estilista Santuza Prado teve o insight de unir sua experiência na moda à solidariedade e inclusão. Desse desejo nasceu a Freeda, marca que tem como público-alvo a terceira idade com limitações como artrose, mobilidade permanente ou temporária, Alzheimer e Parkinson.
“Me sentia angustiada e, ao mesmo tempo, desconfortável com a profissão que escolhi, percebendo que a promessa da moda de oferecer bem-estar era restrita a um grupo de pessoas. Até que um dia veio um estalo: por que não criar uma moda voltada para pessoas com mobilidade reduzida?”, conta Santuza.
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_83f4afe99a244d3f8d78941443457759~mv2.png/v1/fill/w_60,h_90,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_83f4afe99a244d3f8d78941443457759~mv2.png)
Freeda oferece peças para diferentes limitações
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_89e491ba9c494496aa9d0bc89a2b2e02~mv2.png/v1/fill/w_60,h_40,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_89e491ba9c494496aa9d0bc89a2b2e02~mv2.png)
Calças especiais fazem parte do catálogo
Moda íntima inclusiva
Focada na saúde íntima, a Herself tem como objetivo levar facilidade para algo corriqueiro, mas que foi negligenciado por muito tempo a pessoas com deficiência: a menstruação. O produto principal é a calcinha absorvente com aberturas laterais composta por velcros dos dois lados, sendo de mais fácil utilização do que um absorvente descartável. Para a fundadora da Herself, Raíssa Assman Kist, a moda íntima pode e deve ser democrática e inclusiva.
“A moda inclusiva não é apenas uma questão de funcionalidade, mas também de democratização e pluralidade. A grande inovação para nós é não fazer mais do mesmo e, sim, atender as necessidades reais de todos os corpos menstruantes”, afirma.
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_00c40f2cb5724fb28028f33fe6117e0e~mv2.png/v1/fill/w_60,h_90,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_00c40f2cb5724fb28028f33fe6117e0e~mv2.png)
Calcinhas absorventes são a especialidade da marca
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_eeb362840ff944a99ff3e0381b78b43b~mv2.png/v1/fill/w_60,h_40,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_eeb362840ff944a99ff3e0381b78b43b~mv2.png)
Raíssa Kist é CEO e fundadora da femtech
Estampas em braile
Como uma pessoa com deficiência visual pode saber o que está escrito em uma camiseta? Ou na almofada com uma poesia estampada? O catálogo da marca Costuras do Imaginário torna essa demanda uma realidade. Por meio do design inclusivo, todos os produtos possuem uma estampa em braile, com a base principal de serem acessíveis para aqueles que “enxergam além do olhar”, como define a fundadora, Cíntia Caroline.
“Eu estava desenvolvendo um livro que tinha um personagem fotógrafo, e no meio do meu processo criativo pensei: e se ele não enxergasse, como seria essa descoberta do mundo? A partir desse dia, não parei mais de pesquisar sobre o braile. Assim veio a ideia de fazer a loja”, relembra Cíntia.
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_3c65cf8385294bf1acb2f0988447e951~mv2.png/v1/fill/w_60,h_75,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_3c65cf8385294bf1acb2f0988447e951~mv2.png)
O braile acompanha as escritas nas peças para todas as idades
![](https://static.wixstatic.com/media/1ecc19_6d002703e94a4595abd23c87e2b05a83~mv2.png/v1/fill/w_60,h_75,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/1ecc19_6d002703e94a4595abd23c87e2b05a83~mv2.png)
Além das roupas, a marca borda braile em outras peças
É possível notar que a inclusão começa a florescer no mercado da moda, mas ainda há muito o que explorar. Alcançar o maior número de pessoas é objetivo unânime das marcas, todas com a esperança de uma vida mais fácil para idosos, crianças e adultos com limitações físicas e para suas famílias.
Fonte: Metrópoles