ANÁLISE DO COMÉRCIO BILATERALDF–EUA
- sindivestedesign
- 4 de ago.
- 4 min de leitura
Análise das exportações do Distrito Federal para os Estados Unidos
O Distrito Federal exportou um total de US$ 7,8 milhões de dólares em 2024 para o mercado norte-americano. Esse valor representa um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. Em 2024, os Estados Unidos apresentaram participação de 3% do total exportado e ocuparam a 6ª posição entre os principais destinos das exportações do Distrito Federal, atrás de países como China, Arábia Saudita e Japão, com uma tendência de crescimento nas vendas externas iniciada em 2021, conforme ilustrado no gráfico abaixo.

Contudo, entre os meses de janeiro a julho de 2025, as exportações do Distrito Federal somou US$ 4,1 milhões. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, esse valor representou um decréscimo de -19%. A retração nas exportações do Distrito Federal para os Estados Unidos refletiu o mesmo movimento observado nas vendas externas totais do Brasil com esse mercado, que apresentou uma variação negativa de 12% no período em análise — passando de US$ 22 bilhões no primeiro semestre de 2024 para US$ 20 bilhões no mesmo intervalo de 2025.
Em 2024, o Distrito Federal importou um total de US$ 312,6 milhões em produtos dos Estados Unidos, que se consolidaram como o segundo principal fornecedor para o mercado consumidor brasiliense, respondendo por 19% das importações totais da região. Entre os itens mais adquiridos destacam-se os fármacos e farmoquímicos (US$ 233,8 milhões), seguidos por produtos químicos (US$ 34 milhões) e equipamentos de informática e eletrônicos (US$ 22 milhões).
Entre 2020 a 2025, a indústria foi o setor responsável por 99,4% do total exportado pelo Distrito Federal para os Estados Unidos. Em 2024, a participação do mercado americano na compra de produtos industrializados foi de 99,7%, totalizando US$ 7,8 milhões. Para 2025, essa participação comercial mantém-se elevada, atingindo 99% (US$ 4,1 milhões). Os demais setores, incluindo produtos classificados como agropecuários, não ultrapassaram 1% do valor total exportado pelo Distrito Federal para os Estados Unidos, evidenciando o predomínio do interesse norte-americano por produtos de maior valor agregado provenientes da indústria local.
Diante disso, as exportações do Distrito Federal para os Estados Unidos em 2024 foram impulsionadas principalmente por produtos industriais, com destaque para os setores de alimentos, químicos, vestuário e acessórios e derivados de petróleo.
O principal item exportado foi “gorduras e óleos animais ou vegetais (SH 151800)”, que totalizou US$ 2,97 milhões. Em seguida, sobressai-se o segmento de alimentos industrializados, com “misturas e pastas (SH 190120)”, somando US$ 1,6 milhões; e “outros produtos de padaria (SH 190590)”. O setor têxtil também apresentou desempenho relevante, especialmente com a exportação de peças de vestuário em malha — como saias e saias-calças (SH 610453); e camisas e blusas de uso feminino (610620) –, que alcançaram US$ 768 mil.
Conforme demonstrado no gráfico abaixo, observa-se também a participação, em menor valor, de outros setores com itens das indústrias moveleira, cosméticos, e máquinas de processamento de dados.

A corrente de comércio entre o Distrito Federal e os Estados Unidos — que representa a soma das exportações e importações — apresentou variações no período de 2020 a 2025. Em 2021, observou-se um pico expressivo, alcançando aproximadamente US$ 2,09 bilhões, o maior valor da série. Esse valor foi puxado pelo aumento das importações da Capital Federal, especialmente de produtos medicinais/ farmacêuticos.
A partir de 2022, observou-se uma retração na corrente de comércio, com o fluxo total caindo para US$ 245 milhões e permanecendo abaixo de US$ 320 milhões nos anos seguintes. Em 2025, o valor alcançou US$ 246 milhões, indicando uma estabilização e o retorno aos patamares historicamente mais consistentes da relação comercial entre o Distrito Federal e os Estados Unidos, após o comportamento atípico registrado em 2021.

Embora a balança comercial entre o Distrito Federal e os Estados Unidos seja deficitária (- US$ 238 milhões em 2025) — ou seja, com valor de importações superior ao de exportações —, a corrente de comércio mostra a relevância do mercado norte-americano para o comércio exterior local. Destaca-se, nesse contexto, a efetiva participação da indústria brasiliense, que tem sustentado o perfil exportador da capital federal para esse país.
Diante disso, a imposição de tarifas elevadas por parte do governo norte-americano pode gerar pressão adicional sobre os preços dos produtos brasilienses, reduzindo significativamente a competitividade das indústrias do Distrito Federal no comércio bilateral levando à redução de empregos industriais. Tal cenário impacta negativamente o volume exportado de bens industriais, especialmente aqueles com menor intensidade tecnológica. Ressalta-se a importância de mitigar os riscos comerciais e incentivar estratégias de diversificação de mercados como forma de assegurar os benefícios gerados pelo processo de exportação. Dessa forma, mantendo o foco em uma agenda de comércio exterior mais inovadora, estratégica e diversificada.
Lista de produtos exportados DF-EUA
A relação a seguir contempla os produtos exportados pelo Distrito Federal aos Estados Unidos em 2024, classificados conforme o Sistema Harmonizado na nomenclatura SH6. Essa classificação permite o alinhamento com a lista oficial divulgada pelo governo norte-americano, que especifica os bens brasileiros excluídos da nova política de tarifação de importações. É importante destacar que os itens indicados como “isentos para artigos de aeronaves civis” referem-se a insumos e componentes destinados à fabricação ou manutenção de aeronaves civis. Desconsiderando que essa categoria específica seja de fato destinada à fabricação de aeronaves, 90,6% das exportações do Distrito Federal para os Estados Unidos serão diretamente impactadas pelas novas tarifas, o que representa um desafio significativo para a competitividade das indústrias locais.







Documento:
Comentários