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A blusinha que sai cara

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  • há 16 horas
  • 3 min de leitura

Fonte: CartaCapital - 10 de dezembro 2025


Brasileiros querem isonomia tributária na disputa com empresas estrangeiras e incentivo à produção nacional


Brasil, até para comprar uma blusinha na internet a gente esbarra na velha pergunta: quem

está pagando essa conta? Quando o consumidor vê um produto vindo do outro lado do mundo custar menos do que aquele da loja do bairro, não é milagre do aplicativo. É desequilíbrio de regras. Em economia, "desconto mágico" quase sempre significa alguém subsidiando alguém. E, nesse caso, quem banca a diferença é o emprego aqui e a arrecadação que paga escola, saúde e transporte.


Pesquisa recente do Instituto Locomotiva, em parceria coma ABVTEX, joga luz nesse nó tributário. Ao contrário da teoria de que "o povo quer tudo barato, não importa de onde venha", os números mostram outra coisa: o brasileiro quer justiça nas regras. E, se tiver algum benefício, ele acha que deve ser para quem produz e gera emprego no Pais, não para as gigantes estrangeiras.


Comecemos pelo básico: 83% dos brasileiros consideram injusto que produtos fabricados no Brasil paguem mais impostos do que os produzidos em outros países, E 85% dizem que é errado que aquilo que é feito e vendido aqui seja mais tributado do que o que é fabricado lá fora e importado por sites internacionais. Não é detalhe técnico, é senso de justiça tributária.

Quando se pergunta como deveria ser a cobrança, a resposta vem sem rodeios:

61% defendem que os produtos nacionais paguem menos impostos do que os importados, 27% aceitariam que paguem o mesmo, apenas 12% acham certo pagarem mais. Em outras palavras: a população não pede privilégio, mas isonomia com um empurrãozinho a favor de quem gera emprego aqui.


A percepção de dano econômico é generalizada. Para 81%, é ruim para a economia brasileira que empresas estrangeiras paguem menos impostos do que as nacionais. E 80% concordam que, quando se cobram mais impostos das nossas empresas do que das estrangeiras, a economia do Pais é prejudicada. Não é teoria, é leitura do dia a dia de quem vê loja fechar e amigo perder o emprego.


Daí para o mercado de trabalho é um pulo. Para 78%, se os produtos fabricados e vendidos no Brasil pagarem mais impostos que os estrangeiros, estamos incentivando empregos fora do País e correndo o risco de reduzir o emprego dos brasileiros. Outros 75% vão além: cobrar mais das nossas empresas tira emprego e rendados trabalhadores. E 74% dizem ter medo de que o próprio trabalho ou renda sejam prejudicados se essa desigualdade continuar.


Ao mesmo tempo, 86% concordam que, num mundo em que cada vez mais países defendem suas economias, o Brasil deveria fazer o mesmo. E isso não é um pedido por muro, é um pedido por coerência. Para 79%, os governantes deveriam trabalhar pela competitividade das empresas brasileiras. E 84% defendem que o governo promova medidas para proteger e desenvolver a indústria e o varejo do Pais, sem cobrar mais impostos das empresas nacionais do que das estrangeiras.


Aí fica evidente o tamanho do erro de quem, em Brasília, acredita que isentaras plataformas internacionais de pagar impostos rende algum benefício político. A pesquisa mostra que mais de oito em cada dez eleitores afirmam que não votariam em um candidato que defenda dar privilégios a empresas estrangeiras em comparação às brasileiras. A questão não é só tributária, é também de proteção ao consumidor. Nada mais lógico: se o varejo nacional é cobrado por Inmetro, Anvisa e Código de Defesa do Consumidor, 89% dos brasileiros acham que os produtos importados vendidos aqui também devem obedecer a esses mesmos padrões. E não é paranoia: 75% concordam que muitos consumidores são enganados por produtos piratas ou falsificados vendidos em plataformas internacionais.


Mesmo assim, ninguém propõe fechar a porta ao mundo. A maioria dos internautas fez compras em sites internacionais nos últimos três meses. Os dados contam uma história simples, que o debate público insiste em complicar: o problema não é o consumidor poder escolher entre o que vem daqui e o que vem de fora. O problema é o Estado tratar melhor quem não gera emprego aqui do que quem paga salário, aluguel, imposto e folha no Brasil. O brasileiro não quer ser proibido de comprar lá fora. Quer deixar de ser feito de bobo aqui.


No fim, a verdadeira "taxa das blusinhas" não é a que aparece na tela do celular. É a conta social de escolher, com isenções e brechas, entre fortalecer quem produz no Pais ou subsidiar o avanço de plataformas que tratam o Brasil apenas como mercado, não como casa. E, diante dessa escolha, a pesquisa é clara: a população já sabe de que lado está, do lado da isonomia tributária, do emprego e do orgulho de dizer, na ceia de Natal: "Esse presente aqui é brasileiro”.

 
 
 

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