
A formação de preço é uma das tarefas mais importantes para a gestão financeira. Ela garante que seu empreendimento seja lucrativo, cubra os custos e, ao mesmo tempo, seja competitivo e atrativo para os clientes.
Da mesma forma que um preço muito baixo poderia prejudicar o negócio, um valor muito elevado a anunciar afasta os compradores.
A definição certeira sobre o que será cobrado não poderá acontecer por meio de tentativa e erro.
Em vez disso, é necessário empregar os métodos já consagrados para formar o melhor preço de acordo com cada necessidade ou preferência.
A seguir, veja quais são os 4 principais métodos de precificação e entenda como usar cada um deles!
Obs. Ao final do post, você encontrará um bônus para te ajudar a decidir qual método aplicar.
Formação de preço de venda no varejo
No varejo, esse processo é realmente uma dor de cabeça – cerca de 89% dos negócios possuem alguma dificuldade em precificação.
O preço de venda é a visualização da sua estratégia por parte do mercado e clientes – E o processo ideal de formação parte da margem que você busca obter nas vendas, passa pela análise de indicadores e despesas fixas até ser aplicada sobre os seus custos variáveis.
Muitos varejistas não enxergam o valor dos seus produtos com essa perspectiva e por conta disso, a vida útil da maioria das lojas virtuais é curta.
Em junho desse ano, nós divulgamos o maior e mais completo artigo de precificação de produtos no varejo e muito provavelmente, da web brasileira.
Você pode dar uma olha nele – Vamos aos métodos de precificação!
1. Margem de contribuição
A margem de contribuição é a mais recomendada técnica para formação de preço. Ela determina o quanto “sobra”, dentro do custo de venda, após serem descontados custos e despesas variáveis.

Ela é importante porque permite que a empresa estabeleça o quanto deseja ganhar a cada item vendido.
De quebra, é indispensável para a tomada de decisão. Mais do que conhecer o montante de lucro, é necessário compreender quanto o empreendimento vem ganhando a cada processo finalizado.
Com essa técnica, torna-se possível entender se uma margem está grande ou pequena para determinado produto.
Outra vantagem é que ela é bastante flexível. Se o empreendimento quer se tornar mais competitivo, por exemplo, pode diminuir essa margem, ao menos temporariamente.
Já se há a possibilidade de lucrar mais, é possível elevar essa margem.
Basicamente, ela é calculada por:
Margem de contribuição = Valor de venda – Custos e Despesas variáveis
No caso de buscar a porcentagem, a fórmula é dada por:
Margem de contribuição = (Valor de vendas – Custos e Despesas variáveis) / Valor de venda
Imagine, por exemplo, que as despesas fixas e variáveis de um produto correspondem a R$ 70,00, entre custos de produção, impostos e de infraestrutura.
Caso o empreendimento deseje uma margem de contribuição de R$ 30,00 a cada venda, o número final será dado por:
30 = Valor de venda – 70
Valor de venda = R$ 100,00
Essa abordagem permite não apenas que o negócio cubra as suas despesas em geral, como, ainda, obtenha uma margem líquida em cima de cada item que é vendido.
Utilizado corretamente, este método ajuda o empreendimento a conquistar melhores resultados.
Através da nossa calculadora de preços, será possível você apurar a sua real margem de contribuição do produto.
Vou deixar o link dela aqui embaixo, pode ser?
2. Markup
O markup corresponde a um método que se baseia nos custos envolvidos em cada produto.
O objetivo principal é encontrar um preço que acoberte essas despesas e também ofereça o lucro desejado.

Nesse caso, entretanto, não se trata de margem de lucro, mas de uma estimativa que é considerada como sendo a mais adequada para o negócio.
A partir do cômputo, encontra-se um índice multiplicador a respeito do custo base. Seu cálculo é dado pela seguinte fórmula:
Markup = 100 / [100 – (DV + DF + LP)]
As siglas correspondem a:
DV = percentual das despesas variáveis; DF = percentual das despesas fixas; LP = percentual do lucro desejado.
É importante ressaltar que esses percentuais serão atribuídos por cada unidade de produto ou serviço. E ajudarão a compor o seu preço final.
Imagine, por exemplo, que dentro de um produto as despesas variáveis correspondem a 15%, enquanto as despesas fixas ficam em torno de 20%.
O lucro pretendido, por sua vez, é de 25%. Nesse caso, a fórmula é dada por:
Markup = 100 / [100 – (15 + 20 + 25)]
Markup = 100 / [100 – 60]
Markup = 100 / 40
Markup = 2,5
Se o seu produto tem um custo unitário de R$ 70,00, então o preço formado deverá ser de R$ 175,00, segundo esse método.
3. Pesquisa de preços
A pesquisa de preços corresponde ao levantamento dos preços que são praticados pela concorrência para a venda direta.

Esse método de precificação serve quando a empresa quer se manter com destaque no mercado e o seu maior diferencial, é o preço do item.
Para isso, é necessário começar definindo quais concorrentes serão acompanhados.
Alguns deles podem cobrar valores muito elevados e não representarem uma ameaça para o empreendimento.
Feito isso, levantamos os preços em diferentes momentos dos produtos desejados.
A intenção é adquirir a máxima quantidade de dados possível, já que, assim, a análise se torna mais precisa.
Na sequência, devem-se encontrar as médias do que é cobrado e, também, quais são os mais altos e mais baixos praticados.
Organize todos os dados, identifique quais são as maiores ameaças e analise quais mudanças devem ser feitas.
Porém, é importante ter cuidado.
Não adianta apenas escolher o preço mais barato para precificar, já que isso pode prejudicar a saúde financeira da empresa.
Esse método de formação de preço, portanto, não deve ser o único a ser levado em consideração e deve servir apenas como um apoio!
4. Fórmula baseada no lucro
Outra forma de chegar ao preço de venda é se baseando no lucro desejado, levando-se em consideração os custos.
Para esse caso, será acrescido um determinado valor ao custo do produto para encontrar um montante mínimo para o número final.
A fórmula é dada por:
100% Preço de venda = Custo inicial + Percentual das despesas fixas + Percentual de lucro desejado
Imagine, por exemplo, que o custo inicial do produto é de R$ 50,00 e que suas despesas fixas correspondem a 15%. Já o lucro desejado é de outro 15% do preço de venda.
Nesse caso, o valor de vendas será:
100% PV = 50 + 15% PV + 15% PV
100% PV – 30% PV = 50
70% PV = 50
PV = 50 / 0,7
PV = 71,43
De certa forma, é uma abordagem um pouco diferenciada em relação ao markup, mas em que se chega ao mesmo resultado obtido por aquele método.
Novamente, nesse caso não é possível estabelecer uma margem de lucro muito grande, o que pode comprometer os resultados pretendidos pela empresa.
Realizar a correta formação de preço é indispensável e, para tanto, alguns métodos e sistemas de preços estão disponíveis.
Apesar de todas as fórmulas serem matematicamente corretas, é preciso ter contexto, já que há questões como alta da inflação, concorrência ou novas necessidades do empreendimento.
Você pode encontrar mais informações sobre a formação de preços no nosso guia completo do varejo. Baixe agora.

Confira o bônus abaixo que separei para te ajudar no seu cálculo do preço de venda.
Bônus: qual método escolher?
Caso ainda fique alguma dúvida sobre qual é a melhor maneira de precificar os produtos ou serviços do seu negócio, dê uma olhada nesse vídeo que gravamos para você.