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Retorno da pele animal é motivo de pressão nos bastidores da moda

Ativistas de um lado, produtores do outro: mercado fashion enfrenta pressões sobre retorno da pele animal na indústria.


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Enquanto o ativismo possibilita novas conquistas sustentáveis, como a recente proibição de couros e peles de animais selvagens pela London Fashion Week (a primeira a dar tamanha abrangência à regra), ainda há uma pressão nos bastidores da indústria pelo retorno da pele, justificada pela nostalgia, valores de mercado e geração de empregos.


Casacos de tecido animal são causa de discussões na moda


O desejo de retorno da pele animal pelos bastidores mostra como a nostalgia por materiais considerados luxuosos e o apelo comercial ainda exercem influência.

Os desafios de equilibrar avanços éticos com demandas de mercado e tradição são uma importante questão no mercado da moda, que encontra um embate na cada vez menor produção de roupas com tecido animal.


Madonna em 1985


Produção de pele em queda


A produção de pele enfrenta um declínio acelerado na Europa, com o número de fazendas especializadas caindo 75% desde 2018, segundo a organização belga de direitos dos animais GAIA. Além disso, o abate de animais para a indústria diminuiu quase 40% globalmente no último ano.

Até mesmo na China, maior produtora mundial, a produção foi reduzida pela metade desde 2022. Esse cenário reflete uma crescente rejeição do público e mudanças legislativas, como a proibição da criação de animais para essa finalidade nos Países Baixos.


Desfile da Fendi em 1982



Os anos 1990 foram o grande momento dos itens derivados de animais


Produção de pele passa por queda drástica na Europa


Resistência no mercado


Embora as restrições e os avanços éticos ganhem força, o principal apelo para o retorno da pele reside no mercado. Relatórios recentes apontam que consumidores de luxo em países como Rússia, China e Emirados Árabes continuam a demandar produtos de pele, desafiando as tendências externas.


No Ocidente, também há a resistência às restrições. Nova York já assistiu, em anos recentes, a protestos de trabalhadores do setor contra propostas de proibição de vendas de peles, destacando o impacto econômico e social. Muitos argumentam que a medida poderia levar ao fechamento de negócios familiares de longa data, além de afetar cerca de 7.500 empregos locais.


Ao mesmo tempo, marcas que investem em alternativas éticas estão redefinindo o conceito de luxo. Stella McCartney, por exemplo, aposta em materiais que estão dominando a moda, como couro vegano e pele sintética, garantindo uma geração de consumidores conscientes.


Na última semana, Sabrina Carpenter chamou atenção ao vestir peça vintage da Chanel



Artistas do hip-hop são representantes do luxo derivado de animais


Enquanto o mercado e o ativismo continuam a redefinir as regras da moda, o futuro do uso de pele animal ainda é incerto. Por um lado, conquistas sustentáveis e a consolidação de alternativas éticas atendem a públicos cada vez maiores. Por outro, os valores tradicionais (e financeiros) ainda mantém o tema vivo, com pressões vindas de produtores que dependem desse mercado para sobreviver.


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