Fundos, linhas de financiamento, investidores e editais de inovação são algumas das ferramentas que podem ajudar empresários com ideias inovadoras e de maior risco.
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Impressão 3D é um exemplo de inovação desenvolvida por startups na área de manufatura avançada
Você sabia que o Brasil tem mais de 12,7 mil startups?
A Associação Brasileira de Startups mostra que esse é um mercado promissor, mas também aponta que é as startups são constantemente afetadas pela alta global dos juros e pela escassez de investimentos relacionados à inovação. Se você tem uma ideia inovadora, mas não sabe onde e como buscar financiamento para apostar nela, o NAC Responde!
Nesta edição do especial na Agência de Notícias da Indústria, vamos responder as principais questões sobre financiamento para startups com apoio da Mariana Martins, especialista do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) da Bahia.
As startups são muito importantes para acelerar o processo de inovação na indústria em diversas áreas. Na área de manufatura avançada, por exemplo, elas desenvolvem tecnologias e processos para aprimorar a eficiência e a qualidade da produção industrial. As impressões 3D são um exemplo disso.
Na área de energia, podemos destacar as empresas que buscam novas formas de geração, armazenamento e distribuição energética.
Em transporte e logística, temos empresas que desenvolvem soluções para melhorar a eficiência e sustentabilidade com drones, veículos elétricos e sistemas de gestão de frota.
Quais são os principais desafios para startups conseguirem crédito?
A falta de histórico de crédito e ausência de garantias são alguns dos obstáculos que as startups enfrentam na hora de solicitar crédito. Sem garantias, os credores veem um risco maior e podem rejeitar o pedido de crédito ou estipularem taxas de juros mais altas.
O fluxo de caixa irregular que as startups podem ter no começo demonstra certa imprevisibilidade nos recebimentos e pagamentos e isso pode impactar a capacidade da empresa em honrar prestações de financiamento.
O fato de as startups serem empresas inovadoras com modelos de negócios ainda não comprovados no mercado, pode dificultar a avaliação de risco de operação por instituições bancárias, um pré-requisito para aprovação de crédito.
Além disso, o empresário pode ter uma ideia inovadora e bastante conhecimento técnico na área de atuação, mas não ter expertise com negócios, gerenciamento financeiro e administrativo. Isso também pode mostrar uma fragilidade e risco para a operação de crédito.
Calma! Apesar das dificuldades, é possível conseguir crédito ao adotar estratégias adequadas, conhecer as limitações e as condições exigidas pelos bancos e se capacitar para gerir os recursos da melhor forma. Cada situação é única, então é importante avaliar as opções disponíveis e trabalhar com parceiros financeiros que entendam o cenário das startups.
Onde tem financiamento para startups?
Já que essas empresas nascentes têm desafios diferentes das empresas tradicionais, precisam de outros tipos de financiamento. A seguir, confira alguns mecanismos que podem ser acessados por startups:
O Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) e o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE) oferecem garantias complementares para as startups desde que se enquadrem nas condições pré-estabelecidas para a linha de financiamento oferecida pela instituição financeira. Na maioria dos bancos é necessário apresentar faturamento fiscal dos últimos 12 meses ou ter um CNPJ aberto há mais de 1 ano.
A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) tem o Programa Finep Startup, que disponibiliza formas de apoio de acordo com a fase de desenvolvimento das empresas. Saiba mais.
O BNDES Garagem é outra iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que apoia por meio de editais o fomento e o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. Em breve o BNDES deve anunciar nova chamada pelo site.
Além disso, é possível conseguir recursos financeiros para startups por meio da subvenção de projetos em editais de recursos não reembolsáveis, posto que geralmente é considerado o impacto social e, muitas vezes, os editais são específicos.
Startups também podem usufruir de linhas de crédito de capital de giro para operacionalizar o negócio e linhas de investimento para infraestrutura e maquinário. As linhas BNDES Finame e BNDES Crédito Pequenas e Médias Empresas são bons exemplos de linhas de crédito disponíveis.
OLHA A DICA! Pensando no atual cenário de inovação do Brasil, a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) criou o MEI Tools: uma plataforma que centraliza ferramentas e materiais de apoio para acelerar e facilitar a inovação dentro do seu negócio. No site é possível buscar, por exemplo, linhas de financiamento com filtros de tipo, porte da empresa, cobertura, contrapartida e tipo de cooperação. Confira, a seguir, algumas da iniciativas disponíveis:
Financiamento é diferente de investimento?
No universo das startups também é comum ter os fundos de investimento, que são estruturas formais em que diversos investidores reúnem recursos para investir de forma conjunta no mercado financeiro.
Diferentemente de financiamento, conseguir um investimento é obter capital de terceiros (investidores) em troca de uma participação acionária na empresa.
As formas comuns de investimento incluem capital de risco (venture capital), investidores anjo e equity crowdfunding. Os investidores geralmente têm uma visão de longo prazo e esperam retorno do investimento através de crescimento, vendas, IPOs ou outras saídas.
Veja a cartilha Capital Empreendedor.
As vantagens em optar por investidores são o acesso ao capital sem necessidade de reembolso e poder incluir expertise e networking dos investidores. As desvantagens incluem a diluição de participação acionária e a possível perda de controle e influência dos investidores nas decisões.
Quais são os erros mais comuns?
Um dos principais erros que empresários cometem é não se programar para um financiamento e buscar por esse recurso em uma situação de necessidade extrema. As linhas de inovação são específicas para inovação diferentemente das linhas de crédito convencional para capital de giro e investimento.
Não se programar para acessá-las pode resultar em um prazo maior que o esperado para quitá-la, pois são linhas que vão exigir mais documentos e processos.
O ideal é buscar um financiamento como um impulsionador do negócio ao invés da última opção.
Como o NAC pode ajudar startups?
O NAC pode apoiar as startups a conseguirem crédito por meio de assessoria, orientação e direcionamento. Os especialistas ajudam desde o alinhamento de expectativas entre o que a empresa precisa e o que é possível dentro da realidade financeira e os critérios dos bancos, até a preparação da documentação cadastral necessária para apresentar às instituições financeiras.
INDICAÇÕES DO NAC: Primeiramente se planeje, apresente um plano de negócios, um estudo de viabilidade técnica, prepare a documentação empresarial e adeque-se às condições exigidas pelos bancos.
Em seguida, estruture os processos internos da empresa para receber esse recurso e saber otimizá-lo.
Tem dúvidas? O NAC Responde!
Todo mês, o NAC Responde, produzido pela Agência de Notícias da Indústria, responde as dúvidas mais frequentes de empresários e gestores na hora de buscar crédito para os negócios.
“Por meio das orientações, o NAC facilita o acesso ao crédito de micros, pequenas e médias empresas industriais. O crédito é essencial para o funcionamento das empresas, seja para viabilizar novos investimentos ou para atender às necessidades rotineiras de caixa”, pontua o gerente de Política Econômica da CNI, Fábio Guerra.
Desde 2015, o NAC, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), assessora MPEs industriais sobre as linhas de crédito disponíveis no mercado, dando suporte com informações sobre documentação, taxas de juros, garantias, número de parcelas, itens financiáveis, entre outras.
Saiba mais pelo site do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) ou entre em contato com a federação das indústrias do seu estado.
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