Um dos principais sentimentos do consumidor em 2024, o encantamento será fundamental para a experiência na loja, incentivando visitas repetidas e aumentando o tempo de permanência. Nesta matéria, detalhamos os formatos de loja nos quais os varejistas devem investir, destacando a importância de inovar e se preparar para o futuro.
Varejo sensorial
Em meio a uma epidemia de recessão de atenção, os varejistas precisam investir na experiência de loja, focando em sentidos pouco explorados e criando experiências fantásticas por meio da tecnologia. O que está mudando? De acordo com uma pesquisa global da Wunderman Thompson, cerca de 70% das pessoas não se lembram de algo empolgante que uma marca fez. Surgida durante a pandemia, a escassez de toque tornou as experiências táteis e multissensoriais mais importantes para o consumidor. Quando lidam com uma experiência nova, 82% dos consumidores esperam que o máximo de sentidos sejam despertados. Esse dado se alinha ao macropropulsor da aceleração tecnológica, em que novos serviços digitais se baseiam na sinestesia e na neurociência para promover a descoberta e encantar o consumidor, estabelecendo uma conexão entre a marca e um momento inesquecível. Com a alta dos canais on-line, o foco principal do varejo off-line passou a ser a descoberta e o enriquecimento cultural – uma estratégia-chave para que as marcas atraiam os consumidores Sensoriais da Geração Z. Para estimular o público a visitar a loja física, as marcas podem investir em experiências digitais e multidimensionais no espaço físico. No ano passado, a parceria entre a plataforma de realidade aumentada (RA) Zero10 e a firma de design Crosby Studios criou uma experiência pop-up de roupas virtuais para que o público pudesse experimentar as peças da coleção em provadores com recursos de RA.
Principais estratégias: o varejo deve oferecer novidade, expectativa e um sentido de descoberta, de acordo com Simon Mitchell, da agência britânica de design Sybarite. Experimentar com formatos que encantam, chamam a atenção do consumidor e despertam reações emocionais será fundamental. Foi esse o foco da House of Innovation da Nike, em Paris. Para o lançamento do tênis Air Max Pulse, em maio, a loja convidou o público para "remixar o conceito de ar" por meio de uma mesa de mixagem interativa de IA. Com a ajuda do gerador de imagens DALL·E 2 (uma ferramenta de inteligência artificial criada pela OpenAI), as imagens inspiradas na linha Air Max apareceram em cinco monitores, acompanhadas por uma trilha sonora personalizada que saía de uma sistema de som de alta definição.
Apostando na neurotecnologia, a Bvlgari desenvolveu uma experiência sensorial em Dubai para divulgar o seu perfume Le Gemme Tygar. Por meio de experiências olfativas, a pop-up Scentsorial disponibilizava um dispositivo vestível para medir a resposta neurológica do público à fragrância.
Marcas e varejistas devem transformar suas lojas em espaços tecnológicos para oferecer experiências, eventos comunitários e iniciativas de cocriação. No entanto, é preciso ter um propósito claro: a tecnologia deve ser útil e resolver problemas, não adicionar uma camada desajeitada e prescindível. A varejista italiana de tênis Golden Goose criou a instalação Dream Wall em sua loja de Milão, onde um monitor inteligente de 98 polegadas permitia que os visitantes criassem seus próprios produtos personalizados, que depois eram produzidos no local.
A loja de testes
Além da demanda por eventos comunitários e iniciativas de cocriação, as lojas estão se transformando em incubadoras, estabelecendo uma relação mais recíproca com os consumidores e moldando uma nova era de varejo baseado em serviço. O que está mudando? O consumidor quer transparência das marcas, o que as força a rever seus métodos de produção e estratégias internas. A Geração Z é mais propensa do que qualquer outro grupo demográfico a exigir que as empresas defendam uma causa importante e cumpram suas promessas. Temas como industrialismo e consumismo não vão mais passar batidos. A partir de agora, é fundamental que as lojas se transformem em hubs de inovação, de forma que os varejistas incluam o consumidor na narrativa da marca e mostrem o que acontece nos bastidores. Especializando-se em produtos para a casa, o varejista chinês Baisihan abriu uma nova loja flagship na província de Zhejiang, sob uma proposta de que as fábricas não podem mais ser espaços fechados, mas servir como pontos de contato ativos para consumidores e funcionários. Reunindo sob o mesmo teto espaço de varejo, escritórios, um restaurante e instalações de R&D e produção, o local mostra ao público como a empresa funciona.
Fonte: WGSN
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