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De casca de madeira a algodão orgânico, empresária piauiense produz moda sustentável


Por Rebeca Lima

A indústria têxtil é uma das mais poluentes do mundo, com graves impactos sociais e ambientais. No Piauí, há três anos, a empresária e ambientalista Ana Maria decidiu ressignificar a sua produção com a utilização de materiais naturais para criar moda sustentável no estado.

“A moda sustentável é um segmento em que a gente trabalha com processos e matéria-prima totalmente ecológicos. O tecido, toda a produção, toda a matéria-prima utilizada, desde os acessórios, têm um conceito ecológico e, para ser 100% sustentável, esse tecido ele tem que fechar o ciclo, que é desde a aquisição da matéria-prima na natureza, que tem que ser ecologicamente correta, e o processo que ela vai passar de transformação até chegar no produto, também respeitando essa questão ambiental, e esse tecido, no final das contas, não vai causar problemas ambientais, como não tem química, vai servir de adubo, é matéria-prima viva que saiu da natureza e matéria-prima viva que é devolvida para a natureza”, explica.

Na sua loja, a empresária utiliza materiais que vão desde casca de madeira, de abacaxi, como o algodão orgânico e a reutilização de fibras de tecidos de roupas convencionais que seriam descartadas na natureza, gerando mais acúmulo de lixo que demoraria diversos anos para se decompor.

“É um conceito muito errado nosso enquanto sociedade, achar que na natureza tem um lugar chamado de lixo e não existe. Aonde vem a nossa fonte de sobrevivência ela também não pode ser o local de colocar as coisas que não servem mais para nós, então a sociedade inteligentemente tem que encontrar uma maneira de como lidar com aquilo que não serve mais para nós e aí entra em cena o consumo consciente e outras questões que a gente precisa estar analisando”, destacou Ana Maria.


Processo que gera o fio do tecido desfibrado


Por serem materiais provenientes da natureza e com o processo de produção limpo, o impacto dessas roupas no meio ambiente é zero. Já no caso dos tecidos desfibrados, Ana Maria destaca que a melhor forma de descarte é devolver a peça para a loja, que será redirecionada para o processo de criação de novos fios.

“A composição do tecido não utiliza muita água, a base do tingimento não é química, os de casca de madeira de floresta sustentável não precisa sacrificar a árvore, e outro diferencial é que vai se decompor em três anos se for lançado na natureza corretamente, então aqui a gente costuma dizer que é um tecido amigo do meio ambiente, aqui é matéria viva, um pedaço de madeira na natureza vai se decompor e virar adubo e por trás tem uma tecnologia de peso”, complementou.


Sobre a importância da moda sustentável, a empresária ressalta que é o único caminho para o futuro já que os recursos do planeta estão no limite máximo.

“Moda sustentável é garantia de futuro, quem ainda está pensando no fast fashion, nas tendências, não tem noção do consumismo que está acontecendo e do problema ambiental que estão causando. Moda sustentável é o caminho e o único caminho. Só na moda? Não. A gente tem que começar a pensar em sustentabilidade em todos os segmentos da nossa vida. O mundo já chegou no limite máximo de desgaste dos recursos naturais, então tem que repensar”, concluiu Ana Maria.


Fonte: Cidadeverde

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