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Brasília 64 anos: Moda com propósito; estilistas e marcas do DF empreendem com consciência e estilo

Há cerca de 30 anos, Brasília produz moda. Na véspera do aniversário da capital do país, g1 mostra como marcas do DF vestem celebridades.

Brasília foi fundada em 21 de abril de 1960 e completa 64 anos de história neste domingo. A "jovem senhora" tem a o design, a arte e a música em seu DNA.

No design, a moda tem um espaço importante no dia a dia de quem expressa por meio da roupa suas verdades e sua autenticidade. Um exemplo? O terno branco com frases em preto usado pelo ativista anticapacistista Ivan Baron na posse do presidente Lula em janeiro de 2023 (saiba mais abaixo).

Na véspera do aniversário de Brasília, o g1 conta a história de três estilistas que fazem a diferença no estilo e na história da cidade.

O surgimento da moda em Brasília 👗

Segundo a diretora de estilo da 2Tempos, Cristiane Moura, o surgimento da moda em Brasília veio há mais de 30 anos e com grande força do "Grupo Brasília de Moda". Eles usavam a influência italiana para que a cena fashion brasiliense se expandisse para o mercado nacional e internacional.

Mas Cristiane conta que, na época, os estilistas não sentiam tanto orgulho de ser brasilienses.


"Na verdade sentiam até vergonha de colocarem nas etiquetas que eram de Brasília. Na época não queriam nada que fosse daqui. Mas, com o tempo, os trabalhos autorais foram ganhando cada vez mais reconhecimento e, com o crescimento da cena, criamos muito orgulho de ser de Brasília'', conta a estilista.

Atualmente, diz Cristiane, os estilistas do DF "trazem um discurso potente" e se orgulham da influência da cidade nos seus trabalhos.


Moda protagonizada por mulheres 👩


Cristiane Moura, através da sua marca 2Tempos, viveu vários períodos da moda de Brasília. A cidade tem grande influência na criação dos look que vestem desde da servidora pública até a dona de casa.

E esse universo feminino, não está só nas vitrines. A marca tem como intuito a empregabilidade de mulheres, sendo hoje uma equipe majoritariamente feminina, com 54 funcionárias no time.


“Hoje a gente está trabalhando para que a mulher ganhe igual ao homem e seja tão valorizada quanto o homem. Eu, nesses 34 anos, já sofri muito, já fiquei muito na última fila. E hoje não, a gente está ficando no pódio. Então, mudou muito, a gente está bem mais valorizada do que já foi. A moda no DF, por incrível que pareça, é quase dirigida por mulheres, então eu acho que a gente achou o nosso espaço", diz Cristiane Moura.

Tecidos com propósito e significado 👔


O artista visual e estilista brasiliense Victor Hugo Souliver, responsável pelo coletivo de arte "Tela Ambulante", vem de uma família de mãe e avó costureiras. Ele conta que tinha como de trabalho a fotografia mas, na faculdade, começou a explorar as artes plásticas.

Sua paixão pela moda aflorou quando não tinha telas para pintar – por serem muito caras – e surgiu a ideia de pintar em tecidos que sobravam do ateliê da mãe e da avó. Nas peças, ele passa a importância da sustentabilidade na moda e quer dar um novo significado para roupas que já existem. Todo trabalho é feito a partir de tecidos e itens encontrados em brechós.


"O meu olhar sobre o tecido, ele vem da pintura, né? O tecido que, com a cor, ganha volume, ganha textura [...] não são apenas tecidos, eles tem história, eles tem carga", diz Victor.


“Foi um momento de muita representatividade, e inacreditável, eu não esperava isso. O convite aconteceu através do Instagram. Ele (Ivan) entra em contato comigo pra produzir uma roupa onde era segredo falar qual era a ocasião. Ele ter estado ali, representando tanta a comunidade LGBT, quanto a PCD, foi um momento realmente de se arrepiar. Eu até hoje fico louco com esse momento", conta Victor Hugo Souliver.

As peças produzidas por Victor, tem um novo olhar para a moda. Ele diz que, por meio das criações, passa seus ideais e contribui para uma moda mais sustentável.


"A ideia também é conscientizar as pessoas para um consumo diferente de roupas", diz o estilista.


Streetwear brasiliense 🏙️


O streetwear surgiu no final dos anos 1990, influenciado pelo estilo musical do hip hop nova iorquino. Mesmo que a tradução signifique "estilo de rua", ele possui uma carga cultural muito forte e influências próprias de acordo com cada região e país, sendo movido pelo urbano.

O estilista do Paranoá Alisson Abreu vem fazendo história no streetwear brasiliense. Ele possui três marcas autorais e afirma que vestimentas largas, casacos, shorts e tênis são "formas de se expressar".

Sua paixão pela moda começou em 2013, por influência do skate e do estilo de se vestir dos skatistas. Em 2019, surgiu o interesse pela costura e, desde então, Alisson não parou mais.


“Ter um estilo próprio pra mim é saber se expressar, falar algo pras pessoas sem abrir a boca, se comunicar visualmente", diz o estilista.

Alisson comercializa suas roupas no Distrito Federal e começa a expandir as vendas para o território nacional. "Pra mim é um privilégio ser uma referência aqui em Brasília. Sou muito próximo da maioria das pessoas que consomem minha marca e, pra mim, é essencial me comunicar com quem me apoia e valoriza meu trabalho", diz ele.


"Eu descreveria o streetwear Brasiliense como um bebê recém nascido. Assim como a cidade, o cenário de moda ainda é muito novo, e acredito que agora esteja dando seus primeiros passos no cenário nacional", aponta Alisson.

Cristiane, Victor e Alisson são mais um motivo de nos orgulharmos de Brasília. Traçados pela irreverência, cores, cortes e recortes os três talentos provam que a história de se envergonhar de ser brasiliense ficou no passado.

Através dos tecidos e máquinas de costura, eles traçam a história da cidade e deixam viva a luta por uma moda mais inclusiva e democrática.



FONTE: G1 GLOBO

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