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Alfaiataria se renova com estilistas que mesclam tradição e contemporaneidade

Alfaiataria, um ofício até desconhecido das jovens gerações, volta à cena com os novos profissionais brasileiros. Com propostas mais modernas, que atendem ao público masculino e feminino, influências streetwear e utilizando tecidos tecnológicos, essa nova geração de alfaiates conquistou o mercado.


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J. Boggo: porta exclusiva


 A J. Boggo tem oito anos de atuação, mas está entre as marcas queridinhas e ultrassecretas para quem busca uma alfaiataria que se inspira na vanguarda da moda, sem deixar o clássico de lado. “A minha peça é extremamente arquitetônica, pois eu faço uma coisa mais ampla e confortável, prezo pelo caimento perfeito da peça”, resume Jay Boggo, diretor criativo da marca. Conhecido primeiro por suas peças feitas em malharias, passou a trabalhar com alfaiataria há três anos, quando resolveu apostar em tecidos mais pesados e encorpados. “Sempre tive essa vontade de trabalhar com tecidos pesados e, no Sul, não tem muito essa mão de obra especifica, então eu e minha equipe viemos para São Paulo, passamos a nos desenvolver neste sentido.” Mesmo com o sucesso da marca, Jay não tem a intenção de expandir sua marca com lojas, mas sim manter o ateliê cada vez mais exclusivo e com peças autorais. “Eu gosto quando as pessoas vêm à loja me encontrar para fazer suas peças, isso é crescer em exclusividade. Não quero crescer em números, mas quero crescer em clientes que desejam ter peças personalizadas”, diz Jay Boggo. “O barbeiro estava fadado ao esquecimento, de repente as barbearias voltaram com tudo, o mesmo está acontecendo com alfaiates. Eu gosto de manter essa porta exclusiva, que poucas pessoas conhecem”.


Pedro Corulla: originalidade e inovação 


Pedro Corulla iniciou no mundo da moda cedo, com seu primeiro contato na Gledson, marca van – guardista dos anos 70. Apaixonado por surf, yoga e motocicletas, ele criou a Zona de Risco, marca que ganhou destaque em São Paulo. Após enfrentar crises econômicas, se reinventou e passou a produzir ternos sob medida. Nos anos 90, com a abertura do mercado, começou a fabricar para grandes marcas femininas, ao mesmo tempo em que desenvolvia peças exclusivas para si e para amigos. Hoje, no seu ateliê de 400m² na Vila Nova Conceição, ele oferece atendimento personalizado e duas linhas: a prêt-à-porter de peças sociais disponíveis à pronta entrega, e a casual, com itens mais despojados para o dia a dia, mas ambas sempre com foco no estilo e autoestima do cliente.  


Alexandre Won: tecnologia e talento


São duas décadas de existência e uma clientela que cresce a cada dia. Alexandre Won é o queridinho de famosos, ou não, que buscam peças atemporais, exclusivas e de qualidade. “Os meus clientes pedem peças que reflitam sua personalidade e que ofereçam a máxima qualidade e sofisticação”, reforça Alexandre Won. “Percebi que a alfaiataria não é apenas sobre roupas, mas sobre arte e expressão pessoal, conectando tradição e modernidade”, resume Won. Para ele, existe também um forte desejo do público por exclusividade e peças que contam a história pessoal de cada um, fatores que só as peças sob medida fazem. Mesmo com tanto tempo de marca, ele mantém algumas técnicas clássicas dos alfaiates para a construção das roupas, mas incorpora tecnologia, essencial para otimizar a fabricação e na criação de peças. “Os avanços nos tecidos, especialmente aqueles que são sustentáveis e de alta performance, têm revitalizado a alfaiataria, principalmente para as peças de produção em alta escala. A forma como construo as minhas peças remetem a uma leveza extra, pois dispenso o uso de ombreiras e forros, tropicalizando, assim, minha alfaiataria.”


Handred por André Namilata: cultura brasileira 


Apaixonado pela manufatura das peças, André Nimalata estilista da Handred, vê na alfaiataria um processo interessante e minucioso de construção das peças. “Eu sempre me interessei por camisaria, e nunca achava algo que pudesse dar satisfação, seja pela temperatura ou pelo conforto, e não sou a pessoa da malharia, sempre gostei das peças mais estruturadas”, pontua André Nimalata. Inspirado pelo modo de vestir-se de antigamente, ele viu na alfaiataria a ponte para construir o DNA de sua marca, e com isso passou a desenvolver suas peças com caimento e construções perfeitas. “Alfaiataria inspira uma certa sofisticação e exclusividade, e quando combinado com uma certa despretensão, você tem ganho maior de ocasiões, que não é só para o escritório ou casamento”, revela. Com um ateliê próprio, a marca desenvolve projetos especiais para cada cliente, que acompanham cada passo do processo de construção da peça, feita totalmente sob medida. “A alfaiataria combinada ao sob medida, propõe um luxo que vai muito além do financeiro, ela é única, pensada em conjunto com o cliente, criando personalização e exclusividade.” Para ele, esse serviço de fazer a peça como o cliente deseja, com os tecidos e as cores, é uma forma de eternizar uma peça, um estilo pessoal e é isso que os clientes estão buscando cada vez mais. A inspiração na cultura brasileira é a base da marca, para criar peças que são elegantes, sofisticadas, confortáveis e atemporais. “Eu sempre quis fazer as bases da alfaiataria, como camisas, calças e blazers, com tecidos mais leves e naturais, possibilitando mais versatilidade no uso da peça”, conclui André. 


Gefferson Villa Nova: verão Italiano


No último São Paulo Fashion Week, Gefferson Villa Nova esteve entre os desfiles mais comentados. Com uma coleção inspirada pelo verão italiano, ele levou para a passarela uma linha repleta por uma alfaiataria náutica, rica em peças bem estruturadas e cortadas. “Faço uma alfaiataria mais contemporânea, com uma pegada mais street, é um match entre o tradicional e um jeito mais atual de consumir”, revela Gefferson Villa Nova. Para ele, a busca pela alfaiataria exclusiva vem crescendo por conta do público, que pede cada vez mais peças autorais, e que durem mais tempo. “Por mais informal que seja o homem, sempre chega o momento em que ele vai precisar de um terno bem cortado, e quando ele experimenta fica encantado pelo corte e caimento”, resume. Os tecidos mais frescos, tecnológicos, aptos ao calor e frio, têm feito os homens voltarem à alfaiataria. “A tecnologia têxtil contribuiu bastante, mas penso que a criatividade e domínio de técnicas são fundamentais para que possamos propor inovações nos designs, proporcionado peças com apelo comercial mais atraente e com um design mais inovador”, diz Villa Nova. O aumento pela busca por peças mais exclusivas começou em 2023, com sua chegada ao SPFW.



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